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Desenhar por Palavras 2016, Ivan Clife Lopes Pinheiro | 'Portugal: Aberto para obras'


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'Portugal: Aberto para obras' - A Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos - OASRN desafia os seus membros a partilharem conhecimentos, experiências, reflexões e opiniões através da submissão de artigos de opinião. O tema é único: Arquitectura.

Damos conhecimento do artigo seleccionado com a autoria de Ivan Clife Lopes Pinheiro intitulado “Portugal: Aberto para obras.” Esta iniciativa tem o patrocínio da Ageas Portugal.

Titulo: Portugal: Aberto para obras | Autor: Ivan Clife Lopes Pinheiro | Membro efectivo da OASRN | Data: Setembro 2016

Parte I - Porto, 2016.

Num programa de televisão alguém se queixa que "apesar de não haver trabalho para os arquitectos, continuamos a formá-los", como se fosse um erro crasso e esta classe de profissionais constituísse, agora, uma espécie de praga.

Este tipo de comentários torna evidente que ainda não é claro, pelo menos para algumas pessoas, e mesmo após toda a distinção conseguida “lá fora” ao longo de gerações, de que a teoria, a qualidade e a dedicação dos nossos arquitectos e arquitectas é exemplar.

Para se sugerir limitar uma profissão – ou os respectivos profissionais – com base na actual procura, é preciso uma série de coisas, entre as quais achar que o planeta se resume a noventa e dois mil quilómetros quadrados. É necessário assumir, em primeiro lugar, que as pessoas escolhem profissões simplesmente com base nas vagas que precisam de ser preenchidas, considerando apenas a remuneração e a consequente "segurança" que, a curto prazo, uma determinada ocupação pode, ou não, oferecer. É creditar, de seguida, fórmulas que fariam corar Dostoevsky, descreditando os que aprendem e os que ensinam nas faculdades de Arquitectura e é, por último, muito simplesmente, questionar a aptidão (e o juízo) daqueles que se munem de coragem suficiente para sonhar fazer o que gostam, desafiando com uma ingenuidade invejável um mercado caprichoso e oscilante.

É assim não ver que números não ditam talento, resiliência e capacidade de trabalho, negando de forma redutora que no nosso País, mesmo que lentamente, o trabalho voltará. É ainda, acima de tudo, desprezar um legado e ignorar que a Arquitectura Portuguesa – a verdadeira – é uma das mais elogiadas além fronteiras e é, acima de tudo, assumir que Portugal não quer saber dos arquitectos.

Parte II - Lisboa, 2016.

Passear pelas cidades, com um olhar minimamente atento, basta para que as ruas nos informem do descuido com que foram, e são, tratadas.

O nosso mobiliário urbano assemelha-se a uma provocação Dadaísta, com uma distinta tendência para a impertinência. As caixas de electricidade exibem-se em frente das fachadas, orgulhosamente dispostas ao acaso, acompanhando elementos publicitários espalhados um pouco por todo o lado. Aos comerciantes, que fazem questão de colocar toldos demasiado baixo e esplanadas em toda a extensão de vias pedonais, juntam-se as entidades públicas que deveriam dar o exemplo. Sobre estas recai a responsabilidade de regular a sinalização vertical, os marcos de correio no meio de passeios de oitenta centímetros de largura, juntamente com elementos mais volumosos, ecopontos colocados junto de passadeiras, estruturas temporárias que, por desleixo, ficam em exibição durante décadas, paragens de transportes públicos mal pensadas, e tantos outros elementos que desafiam não só o senso comum, como também o utilizador.

São (des)configurados espaços com uma leviandade surpreendente: rampas de acesso não regulamentares, pavimentos danificados pelo tempo e pela vegetação, vasos de flores suspensos, ausência de guarda-corpos e vedações em espaços de obra, caricatos passeios que são pouco mais que lancil, bem ao estilo "rururbano", aliados aos inúmeros estacionamentos ilegais que constituem comunidades tão exclusivas que deveriam encher-nos, a todos, de vergonha.

O espaço público da cidade é, assim, muitas vezes, apenas o que sobra. Acontece por entre as centenas de obstáculos ao cidadão invisual, portador de hipoacusia ou com mobilidade condicionada. A Arquitectura e o Urbanismo não são obra do acaso e, independentemente das soluções, não podem ser deixados ao desleixo poluente do "tanto faz".

A verdade é que há muito a fazer e a resolver. Ignorar e banalizar a situação é compactuar com ela e é, acima de tudo, assumir que os arquitectos não querem saber de Portugal.

 

 

Editor
Pedro Rocha Vinagreiro e Isabel Santos Silva

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mensageiro@oasrn.org

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