OASRN

005

A RUÍNA DOS ARQUITECTOS
ANDRÉ TAVARES

MARÇO 2002
 

O recente concurso Polis/Europan “Jovens Arquitectos” foi tido como um grande sucesso na abertura de possibilidades de acesso ao mercado de trabalho. A minha dúvida é simples: Sucesso para quem? Tenho feito algumas contas simples aos valores envolvidos e os resultados surpreendem-me.
Estava em jogo honorários no valor de 45.000 € e mais 37.500 € de prémios que eram destinados aos mesmos três concorrentes que tinham direito à encomenda. Cada equipa, em média com dois ou três voluntariosos “jovens arquitectos”, investiu cerca de 2.500 €. Parece um valor razoável se considerarmos que foi necessário apresentar dois paineis A1 e um caderno A3, com renders, photoshops e outros truques para ilustrar um pequeno projecto. Só não é pouco nem muito porque habitualmente o nosso trabalho não é pago.
Concorreram 101 equipas o que com estes valores significa um investimento de 252.500 €. Vem daí a estranheza da minha conta simples: os “jovens arquitectos” tiveram um prejuízo de 170.000 € (252.500 € – 82.500 €). De 34.000 contos para quem tiver dúvidas. Vendo bem as coisas andamos a pagar para trabalhar. Podemos chamar sucesso a isto?
Está prevista uma segunda compensação (ainda não realizada) para atribuir a 12 equipas bem classificadas. Consiste em integrarem uma lista de acesso a novos concursos para distribuir mais seis projectos. Seis projectos significam uma encomenda de 90.000 €. Doze concorrentes perfazem um investimento de 30.000 €, ou seja, 1/3 do valor da encomenda – já está melhor.
Cada um dos seis “jovens arquitectos” seleccionados na segunda fase vai ter acesso a uma encomenda de 15.000 € (não esquecendo que o valor da encomenda não são só lucros) e vai ter de se haver como puder para aguentar um projecto pago a 2/3 do valor dos honorários (já que o 1/3 foi direitinho para o investimento feito na “angariação” do trabalho).
E o que significam estes tostões no meio dos milhões de investimento dos programas Polis. Ou, para não ir mais longe, quanto é que o Centro Português de Design e a Europan Portugal gastaram na organização e divulgação da exposição pública dos trabalhos no CCB, com anúncios na rádio e nos jornais.
Não há dúvida que os “jovens arquitectos” não ganham muito bem porque perder não é ganhar. Só a perspectiva de um eventual debate – que muitas vezes não significa nada – e do estímulo à criação arquitectónica é que há-de compensar tanta loucura.


in Boletim Informação Arquitectos, Abril 2002

 
 


095
  Tomada de Posse do NARC


092
  Conselho Nacional das Profissões Liberais defende regulamentação profissional


090
  PNPOT
Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território



082
  PROJECTOS DE ARQUITECTURA em formatos digitais não editáveis
Ordem dos Arquitectos

080
  NOTA INFORMATIVA | Deliberação do Provedor


076
  REGULAMENTO DE CERTIFICAÇÃO DE INSCRIÇÃO


075
  REGULAMENTO DE PROCEDIMENTO DISCIPLINAR - anteprojecto
CDN

074
  REGULAMENTO INTERNO DO COLÉGIO DA ESPECIALIDADE DE URBANISMO
CDN

073
  MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO GLOBAL APROVADA NO CONGRESSO
(Inclui Aditamento sobre o RIA)

CDN

072
  COLÉGIO DE ESPECIALIDADE DE URBANISMO
HELENA ROSETA

068
  PROGRAMA POLIS EM CHAVES
HELENA ROSETA

053
  ENCOMENDA PÚBLICA DE ARQUITECTURA E CIDADANIA - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
FERNANDO GONÇALVES, LNEC

052
  SEMINÁRIO ENCOMENDA PÚBLICA E CONCURSOS DE ARQUITECTURA - REFLEXÃO SOBRE OS RESULTADOS
JOSÉ MANUEL FERNANDES, IAC

051
  ENCOMENDA PÚBLICA E CONCURSOS DE ARQUITECTURA
CARLOS GUIMARÃES

050
  EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL DE PROCESSOS DE ENCOMENDA
ANDRÉ TAVARES
FILIPA GUERREIRO

049
  UM DEBATE EM ABERTO
NUNO GRANDE

048
  ENCOMENDA PÚBLICA E CONCURSOS
PELOURO DA ENCOMENDA E PRÁTICA PROFISSIONAL

046
  ARQUITECTURA PORTUGUESA RECENTE
PELOURO DA CULTURA

044
  PETIÇÃO DIREITO À ARQUITECTURA : REVOGAÇÃO DO 73/73
54.678 SUBSCRITORES

042
  DIREITO À ARQUITECTURA : BREVE HISTORIAL
HELENA ROSETA

041
  BOLETIM 123 : pI 1
ANDRÉ TAVARES

040
  DIREITO À ARQUITECTURA
HELENA ROSETA

032
  ESTÁGIO DA (DES)ORDEM II
JOSÉ SALGADO (CRA)

031
  ASSEMBLEIA GERAL DO NARC
FLORINDO BELO MARQUES, Narc

030
  CONCURSOS OU A ENCOMENDA PÚBLICA DE ARQUITECTURA
Pelouro da Encomenda e Prática Profissional

027
  A NOVA CASA DE ÁLVARES CABRAL
CARLOS GUIMARÃES

023
  BARREIRAS ARQUITECTÓNICAS
SUSANA MACHADO

022
  UMA NOVA SEDE PARA OS ARQUITECTOS
CARLOS GUIMARÃES

019
  AUTOBIOGRAFIA-CRÍTICA
ANDRÉ TAVARES

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  REGRAS CLARAS E JUSTAS
JOSÉ SALGADO, Conselho Regional Admissão

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  OS TELEFONES AINDA TOCAM?
ANDRÉ TAVARES

013
  DOIS ARQUITECTOS E UMA REFLEXÃO
TEOTÓNIO SANTOS, Núcleo de Braga

012
  ‘DAY AFTER’: ESTARÃO OS ARQUITECTOS PREPARADOS?
CRISTOVÃO IKEN, Conselho Regional Disciplina

011
  SITUAÇÃO-CRÍTICA
ANDRÉ TAVARES, Pelouro Comunicação

009
  A FORMA ÉTICA DA ARQUITECTURA
TEOTÓNIO SANTOS, Núcleo Braga

008
  MUITOS E VARIADOS CONCURSOS
ANDRÉ TAVARES

005
  A RUÍNA DOS ARQUITECTOS
ANDRÉ TAVARES

004
  INÚTIL PAISAGEM
NUNO GRANDE, Pelouro da Cultura

003
  TRÊS POSSÍVEIS CONSENSOS
JORGE FIGUEIRA, Pelouro da Cultura

002
  INFORMAÇÃO E OPINIÃO INFORMADA
CARLOS GUIMARÃES, Conselho Directivo Srn

001
  pI. 3.141592654
ANDRÉ TAVARES, Pelouro da Comunicação