OASRN

012

‘DAY AFTER’: ESTARÃO OS ARQUITECTOS PREPARADOS?
CRISTOVÃO IKEN, Conselho Regional Disciplina

SETEMBRO.2002
 

A pretexto das Assembleias Regionais ocorridas há dias, o amaldiçoado 73/73 – cuja revogação desejo, tanto como profissional liberal, como enquanto presidente do CRD(n) – voltou, e ainda bem, à ‘ribalta’.
Àqueles que porventura ainda tenham dúvidas sobre a pertinência da revogação do 73/73 sugeria tão-só a leitura do parecer elaborado pelo Prof. Doutor Freitas do Amaral, a pedido da OA. Se outras razões não houvessem, a grave incompatibilidade jurídica do 73/73 com as directivas comunitárias – a cujo cumprimento nos obrigamos em troca da adesão (e das ajudas financeiras recebidas nos últimos anos) - deveria bastar para fazer corar de pudor o nosso legislador.
Embora algo viciada à partida, pois parece querer retomar um documento em tempos proposto pela Ordem dos Engenheiros e já então rejeitado pela OA, a iniciativa do Governo de submeter à apreciação da OA um ante-projecto de um diploma para a qualificação profissional exigível aos autores de projectos (visando claramente a revogação do 73/73) permite alimentar expectativas. Talvez desta seja de vez ...
No entanto, e sem querer refrear o optimismo, sugeria moderação: teremos consciente o que nos esperará no ‘day after’?
Para além do natural aborrecimento dos nossos ‘colegas’ desenhadores e engenheiros, é expectável que de um momento para o outro nos venham bater à porta, espera-se, muitos novos clientes. Contudo, a iguaria poder-se-á revelar indigesta, pois esses novos clientes virão com recheio de velhos hábitos. E não é preciso exercer a profissão há muito tempo para reconhecer haver dois grupos de clientes: os ‘bons’, isto é, os que nos procuram de livre vontade, no reconhecimento do importante papel do arquitecto e da sua mais-valia para o processo, e os ditos ‘menos bons’, ou seja, aqueles para quem somos um mal necessário. Sabemos bem quanto os primeiros nos estimulam e quanto os segundos nos inquietam...
Daí, se já hoje, antes da revogação do 73/73, o segundo grupo de clientes é claramente maioritário e, quotidianamente, nos desgasta, pergunto: teremos estofo para fazer face a um aumento desse grupo?
Ao querer fazer nossos clientes todos aqueles que até agora se socorriam de técnicos de outras formações profissionais e éticas, passaremos a lidar com clientes habituados a procedimentos diferentes, muitas vezes adversos às mais elementares regras do bom exercício desta nossa profissão e das suas regras deontológicas. Estaremos dispostos a sermos os agentes da necessária mudança de mentalidades?
Para atingir qualidade é preciso ter ‘capacidade de rejeitar’. Encontrar-se-ão criadas, nas actuais condições do mercado de projectos, as condições para tal necessárias?
Manda o bom senso que a cautela acompanhe o entusiasmo e, quando a este se juntar o êxito, que a cautela se faça acompanhar de outras nobres virtudes. Pois se em 1973 nos retiraram competências por sermos quantitativamente insuficientes, seria desastroso que um dia nos voltassem a retirá-las por não nos termos revelado qualitativamente à altura.




 
 


095
  Tomada de Posse do NARC


092
  Conselho Nacional das Profissões Liberais defende regulamentação profissional


090
  PNPOT
Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território



082
  PROJECTOS DE ARQUITECTURA em formatos digitais não editáveis
Ordem dos Arquitectos

080
  NOTA INFORMATIVA | Deliberação do Provedor


076
  REGULAMENTO DE CERTIFICAÇÃO DE INSCRIÇÃO


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  REGULAMENTO DE PROCEDIMENTO DISCIPLINAR - anteprojecto
CDN

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CDN

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  MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO GLOBAL APROVADA NO CONGRESSO
(Inclui Aditamento sobre o RIA)

CDN

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  COLÉGIO DE ESPECIALIDADE DE URBANISMO
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068
  PROGRAMA POLIS EM CHAVES
HELENA ROSETA

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  ENCOMENDA PÚBLICA DE ARQUITECTURA E CIDADANIA - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
FERNANDO GONÇALVES, LNEC

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  SEMINÁRIO ENCOMENDA PÚBLICA E CONCURSOS DE ARQUITECTURA - REFLEXÃO SOBRE OS RESULTADOS
JOSÉ MANUEL FERNANDES, IAC

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CARLOS GUIMARÃES

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  EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL DE PROCESSOS DE ENCOMENDA
ANDRÉ TAVARES
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  UM DEBATE EM ABERTO
NUNO GRANDE

048
  ENCOMENDA PÚBLICA E CONCURSOS
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  ARQUITECTURA PORTUGUESA RECENTE
PELOURO DA CULTURA

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  PETIÇÃO DIREITO À ARQUITECTURA : REVOGAÇÃO DO 73/73
54.678 SUBSCRITORES

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  DIREITO À ARQUITECTURA : BREVE HISTORIAL
HELENA ROSETA

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  DIREITO À ARQUITECTURA
HELENA ROSETA

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  ESTÁGIO DA (DES)ORDEM II
JOSÉ SALGADO (CRA)

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  ASSEMBLEIA GERAL DO NARC
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  CONCURSOS OU A ENCOMENDA PÚBLICA DE ARQUITECTURA
Pelouro da Encomenda e Prática Profissional

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  A NOVA CASA DE ÁLVARES CABRAL
CARLOS GUIMARÃES

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  UMA NOVA SEDE PARA OS ARQUITECTOS
CARLOS GUIMARÃES

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012
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CRISTOVÃO IKEN, Conselho Regional Disciplina

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ANDRÉ TAVARES, Pelouro Comunicação

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  A FORMA ÉTICA DA ARQUITECTURA
TEOTÓNIO SANTOS, Núcleo Braga

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  MUITOS E VARIADOS CONCURSOS
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  A RUÍNA DOS ARQUITECTOS
ANDRÉ TAVARES

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  INÚTIL PAISAGEM
NUNO GRANDE, Pelouro da Cultura

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  TRÊS POSSÍVEIS CONSENSOS
JORGE FIGUEIRA, Pelouro da Cultura

002
  INFORMAÇÃO E OPINIÃO INFORMADA
CARLOS GUIMARÃES, Conselho Directivo Srn

001
  pI. 3.141592654
ANDRÉ TAVARES, Pelouro da Comunicação