062
SIZA VIEIRA REGRESSA À CASA AVELINO DUARTE
SARA DIAS OLIVEIRA
25.MAI.03 |
|
É considerada uma das 100 melhores casas do século passado.
Quando olhou para os tons ocre das paredes exteriores, não desgostou. Podia ter ficado assim, mas o dono da casa sugeriu a Siza Vieira que a pintasse de branco, a cor do arquitecto português. Ficou branca, com três pisos, recheada de luz, pedaços de mármore e um jardim à volta. "Só lhe disse que queria uma cozinha grande, uma sala de estar que também fosse grande, um mínimo de três quartos e um máximo de quatro e uma mansarda". Estas foram as condições de Avelino Duarte, o advogado residente em Ovar, que no final da década de 70 depositou a concepção da sua casa nas mãos de Álvaro Siza Vieira. A empatia foi imediata. "Ele encantou-me mais pela conversa do que pela sua obra, recordou o dono da casa, que não conhecia ao pormenor a obra do arquitecto português.
Hoje, em cima da mesa da sala, tem um livro com a obra completa de Siza Vieira e um outro bastante querido. É um grosso compêndio em que a sua casa aparece fotografada de vários ângulos. A arquitecta basca Anatxu Zabalbeascoa seleccionou a habitação de Ovar para fazer parte do seu livro "As 100 Melhores Casas do Século". A verdade é que Avelino Duarte já se habituou a que várias pessoas lhe batessem á porta para mostrar a sua casa. O que faz com gosto a portugueses, espanhóis, ingleses, americanos, franceses e mesmo japoneses. Esta casa foi já motivo de inspiração para a feitura de um calendário japonês, que chegou a Ovar por correio, enviada por um visitante do Oriente.
Siza Vieira regressou ontem a uma das suas criações. Chegou bem-disposto e entrou pela porta das traseiras. "Entro sempre pela porta do cavalo", disse, com um sorriso. E logo colocou os olhos num dos seus "passeios" arquitectónicos. Já tem aqui as suas intervenções", apontou, dirigindo-se ao homem da casa. Entrou e sentou-se para logo explicar aos visitantes, arquitectos e não só, a ideia do edifício. Muniu-se da planta, apenas para uma ou outra consideração mais técnica, uma vez que os pormenores ainda estavam dentro da sua cabeça. Percorreu os compartimentos pelo documento até chegar ao sótão, ao refúgio de um advogado "que tem de ler e escrever muito". E depois salientou o espaço exterior. "Há um relacionamento entre o jardim e a casa", sustentou. O cipreste que a memória lembra já não está lá. No seu lugar estão outras árvores que se harmonizam, igualmente bem, entre o espaço exterior, pautado por relva e flores, e o edificio.
O arquitecto andou pela casa como se lhe conhecesse todos os cantos. E, de facto, aquele local não tinha qualquer segredo. Foi há algum tempo, entre 1980 e 1984, que Siza Vieira acompanhou a obra, idealizada por si. Houve uma vez em que Avelino Duarte se assustou. Apenas uma. O pedreiro desconfiava de que uma das paredes podia cair, porque não percebia a solidez de Siza Vieira. A parede resistiu a um forte temporal e o pedreiro lá dissipou os receios. O dono da casa também. E hoje não restam dúvidas. "Esta casa é um marco na arquitectura portuguesa.", comentou Avelino Duarte.
Os "mestres e as suas obras
Esta visita de Siza Vieira insere-se numa iniciativa designada "Obra Aberta" que a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos está a promover no âmbito do Ano Nacional da Arquitectura. A ordem seleccionou vários equipamentos e convidou os seus mestres a fazerem visitas guiadas aos espaços que conceberam. Souto Moura, Alcino Soutinho, Nuno Portas, José Gigante são alguns dos exemplos que estão na lista desta iniciativa, que se prolonga até ao início de Outubro, Nos próximos dias 29 e 30 de Maio, realiza-se o encontro nacional "Autoria em Arquitectura e Planeamento", no Palácio Foz, em Lisboa. Deontologia profissional, direitos de autor, planeamento territorial e exercício na administração pública são alguns dos painéis deste encontro.
|
|
|
|
|
|
|
|
99
|
O 73/73 É UM ENGANO!
|
mar
|
98
|
POR UM FUTURO MELHOR!
|
P.Cunha
|
93
|
ASSINATURAS
|
Diogo Manuel Monteiro das Neves
|
88
|
DEIXEM-ME VOTAR, POR FAVOR!
|
Pedro Marques de Figueiredo, Arquitecto.
|
100
|
POR UM FUTURO MELHOR II
|
Rita Amaral
|
097
|
DAQUI A POUCO, DEIXO A ARQUITECTURA!
|
Rui Cação
|
094
|
SÓ PODE SER DESTA !!!!!
|
Francisco Rey
|
090
|
PEDITÓRIO DE ASSINATURAS PARA QUÊ?
|
Jorge Garcia Pereira
|
086
|
O RECURSO
|
Fernando Gabriel
|
085
|
ARQUITECTO!!! OH, TRISTE PAIXÃO!!!
|
P. O.
|
084
|
E O NOSSO FUTURO?
|
pc
|
079
|
RAZÕES
|
J.R.
|
077
|
DESABAFO!
|
RUI REGO e CARLOS MARQUES
|
071
|
OS ARQUITECTOS TÊM DIREITOS?
|
ANTÓNIO JORGE BRAGA
|
070
|
ARQUITECTOS DESVENDARAM SEGREDOS DO LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO VETERINÁRIA
|
ÂNGELO TEIXEIRA MARQUES
|
069
|
ILHA DA RUA DAS ALDAS: UMA FORTALEZA COM PEQUENAS JANELAS
|
INÊS NADAIS
|
067
|
A PAIXÃO DOS ARQUITECTOS
|
ALEXANDRE PRAÇA
NELSON MARQUES
|
066
|
OBRA ABERTA EM MATOSINHOS
|
EDUARDO COELHO
|
065
|
O PALÁCIO COMO DOCUMENTO ABERTO
|
RITA LOPES
|
064
|
VIAGEM PELA ARQUITECTURA DE UMA CIDADE DISFORME
|
CELESTE PEREIRA
|
063
|
VILA REAL E RÉGUA ABRIRAM-SE AO OLHAR DOS ARQUITECTOS
|
CELESTE PEREIRA
|
062
|
SIZA VIEIRA REGRESSA À CASA AVELINO DUARTE
|
SARA DIAS OLIVEIRA
|
061
|
SIZA VIEIRA REGRESSA À CASA AVELINO DUARTE
|
NATACHA PALMA
|
060
|
QUEM DISSE QUE UM PARQUE INDUSTRIAL TEM DE SER FEIO, MUITO SUJO E RUIDOSO?
|
ABEL COENTRÃO
|
059
|
VISITA À HABITAÇÃO PÓS-25 DE ABRIL NO PORTO
|
PAULA SIMÕES
|
058
|
REVOLUÇÃO NÃO CHEGOU A TODOS OS BAIRROS E ILHAS
|
VIRGÍNIA ALVES
|
057
|
O ALJUBE POR DENTRO
|
INÊS NADAIS
|
056
|
CASTELO RODRIGO NAS VISITAS GUIADAS DO ANO NACIONAL DA ARQUITECTURA
|
RITA LOPES
|
055
|
ORDEM DOS AROUITECTOS FAZ VISITAS GUIADAS
|
LUIS MIGUEL QUEIRÓS
|
054
|
ORDEM DOS AROUITECTOS PROMOVE VISITAS GUIADAS
|
LUÍS MIGUEL QUEIRÓS
|
047
|
O DIREITO DOS ARQUITECTOS E OS DIREITOS DOS OUTROS
|
SANTANA CASTILHO
|
045
|
DISCUSSÃO COMPLETA DA DELIBERAÇÃO DA PETIÇÃO
|
DEBATE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
|
043
|
PROJECTO DE DELIBERAÇÃO N.º 17/IX
|
COMISSÃO DE OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO
|
029
|
ESTÁGIO DA (DES)ORDEM
|
PAULO MONTEIRO, Licenciado em Arquitectura
|
026
|
BOA SEDE, MAU JUÍZO
|
PEDRO ABRANCHES VASCONCELOS
|
025
|
DESTRUIR A OA PARA CONSTRUIR A SUA SEDE
|
JOÃO CASTRO FERREIRA
|
024
|
PORTO COM PINTA
|
PEDRO SILVA
|
021
|
ORDEM NAS TUTELAS
|
JORGE PINHEIRO RODRIGUES
|
020
|
NÃO INVENTE E SEJA DO CONTINENTE
|
PEDRO BELO RAVARA
|
015
|
O PAPEL DA ORDEM NOS CONCURSOS PÚBLICOS
|
ABAIXO ASSINADO
|
014
|
RUA DO AMEAL, 942 | PORTO
|
PEDRO ABRANCHES VASCONCELOS
|
011
|
CONCURSOS COM A ORDEM? NÃO, OBRIGADO!
|
IVO OLIVEIRA, PEDRO CASTELO
|
010
|
VONTADE DE MUDANÇA
|
FRANCISCO SOUSA RIO
|
007
|
DA LOUCURA DOS ARQUITECTOS
|
JOÃO CASTRO FERREIRA
|
006
|
A VERDADEIRA RUÍNA DA ARQUITECTURA
|
PEDRO BRANDÃO, Europan Portugal
|
|
|