88
DEIXEM-ME VOTAR, POR FAVOR!
Pedro Marques de Figueiredo, Arquitecto.
30.NOV.2004 |
|
1. Venho por este meio expressar à Comissão Eleitoral da Ordem dos Arquitectos o meu desagrado face ao facto de ter sido impedido de votar (por ter as quotas em atraso, tal é o caso.
2. Considero o meu exercício ao direito de voto, um direito adquirido enquanto cidadão.
No caso particular destas eleições internas, creio ser um direito que me é devido apenas (e tão só) pelo facto de pertencer à Ordem. E de meu pleno direito, pois que efectivamente pertenço de facto.
Até agora tive direito a cartão, nº, certidões, jornal J-A, etc. E sempre fiz questão de pagar as quotas, o que fiz com regularidade sempre que pude.
3. Simplesmente, ao mês de Novembro não pude, por razões obviamente económicas saldar os cerca de 180 euros anuais (36 contos) que efectivamente devo à Ordem.
Creio que cabe à Ordem perceber com isto, com alguma sensibilidade; mesmo que os estatutos digam o contrário, ou mesmo que haja alguma qualquer importante razão de carácter burocrático estatutária que diga o contrário. Tudo isso será irrelevante, ainda que esteja escrito.
4. O que me parece importante é a Ordem abrir os olhos às questões internas dos seus associados; às questões económicas e às questões sindicais que preocupam uma grande parte dos arquitectos. As mesmas questões que levam a que actualmente me seja difícil
dar 36 contos anuais à Ordem dos arquitectos.
Conheço muitos Arquitectos a ganhar 5 euros à hora e a recibos verdes e que, entre muitas mais despesas obrigatórias, têem 98 euros de segurança social cada mês para pagar (o que é praticamente dinheiro deitado fora, visto nem sequer saberem se terão direito a reforma quando o sistema rebentar. Mas pronto).
O pagamento à Ordem é obviamente justo, mas não pode ser transformado no cerne das nossas preocupações económicas, era só o que faltava.
Conheço arquitectos, com 5 e mais anos de trabalho, agora despedidos (falsos recibos verdes) não têm trabalho e não têm direito a subsídio de desemprego. Todos jovens.
Conheço a dificuldade em se cobrar honorários justos por um projecto.
5. A Ordem, actualmente, fecha os olhos (quadradamente) à situação económica de muitos e parece (obsessivamente) interessadíssima em cobrar tudo e mais alguma coisa: certidões, quotas, fóruns, cursos, etc.
6. Se eu, na República Portuguesa estiver desempregado, ou sem dinheiro para pagar os meus impostos continuo a manter o meu direito de voto em legislativas, autárquicas, etc.
7. Não há razão nenhuma para que na Ordem seja diferente.
Quero que a Ordem dos Arquitectos deixe de fazer chantagem económica com os seus membros, já que ainda por cima a pertença à Ordem é obrigatória.
8. Não me podem obrigar a ter dinheiro, portanto.
9. A Ordem há muito que se deveria preocupar com a grave situação dos Arquitectos em geral e dos Arquitectos jovens em particular.
Cada vez mais jovens, cada vez menos trabalho, emprego muito pouco, generalização dos recibos verdes, vencimentos baixos, e por aí fora.
E também não é liquido nem garantido que o anunciado (mas escandalosamente, ainda não efectivado) fim do 73/ 73 venha a ser a solução milagrosa para o aliviar destes problemas de trabalho.
Enquanto a Ordem não ultrapassar esta infantil mentalidade burguesa e pseudo- unitária que insiste na dissolução aparente das diferenças entre arquitectos, na manutenção institucionalíssima de sérias aparências (em bicos de pés, para fingir conseguir ombrear como recémchegada, com as outras ordens instituídas), em ser uma espécie de flor de lapela na camisa de políticos (que depois dão o dito pelo não dito, facada nas costas no fim do 73/ 73, de sorriso amarelo que sim senhor, concordam com tudo, mas
e tal
)
Enquanto andarmos a fingir fóruns e discussões e fizermos sindicalismo a menos e cultura a mais; andaremos sempre a ser espezinhados por engenheiros técnicos, empreiteiros, falta crónica de pagamentos, e, pior: por nós próprios, mesmo
Às vezes o inimigo até é imagine-se - a exploração do Arquitecto pelo Arquitecto
Mas isto, percebe-se, é incómodo, e o 25 de Abril é uma flor fossilizada pela geração dos nossos pais, agora instalados, arquitectos ou não, de esquerda ou não.
Não privem os que nasceram em 75 da revolução.
Isto também é uma questão geracional.
E eu acho que faz todo o sentido haver um sindicato de Arquitectos.
O sindicalismo não é um tabu, coisa passadista de operários sujos, vermelhos , feios, porcos e maus...
É uma necessidade de quem trabalha. E nós, arquitectos, trabalhamos que nos fartamos, e não somos nada reconhecidos, nem pagos.
10. Agora, Ordem: deixem-me votar e façam o vosso papel.
|
|
|
|
|
|
|
|
99
|
O 73/73 É UM ENGANO!
|
mar
|
98
|
POR UM FUTURO MELHOR!
|
P.Cunha
|
93
|
ASSINATURAS
|
Diogo Manuel Monteiro das Neves
|
88
|
DEIXEM-ME VOTAR, POR FAVOR!
|
Pedro Marques de Figueiredo, Arquitecto.
|
100
|
POR UM FUTURO MELHOR II
|
Rita Amaral
|
097
|
DAQUI A POUCO, DEIXO A ARQUITECTURA!
|
Rui Cação
|
094
|
SÓ PODE SER DESTA !!!!!
|
Francisco Rey
|
090
|
PEDITÓRIO DE ASSINATURAS PARA QUÊ?
|
Jorge Garcia Pereira
|
086
|
O RECURSO
|
Fernando Gabriel
|
085
|
ARQUITECTO!!! OH, TRISTE PAIXÃO!!!
|
P. O.
|
084
|
E O NOSSO FUTURO?
|
pc
|
079
|
RAZÕES
|
J.R.
|
077
|
DESABAFO!
|
RUI REGO e CARLOS MARQUES
|
071
|
OS ARQUITECTOS TÊM DIREITOS?
|
ANTÓNIO JORGE BRAGA
|
070
|
ARQUITECTOS DESVENDARAM SEGREDOS DO LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO VETERINÁRIA
|
ÂNGELO TEIXEIRA MARQUES
|
069
|
ILHA DA RUA DAS ALDAS: UMA FORTALEZA COM PEQUENAS JANELAS
|
INÊS NADAIS
|
067
|
A PAIXÃO DOS ARQUITECTOS
|
ALEXANDRE PRAÇA
NELSON MARQUES
|
066
|
OBRA ABERTA EM MATOSINHOS
|
EDUARDO COELHO
|
065
|
O PALÁCIO COMO DOCUMENTO ABERTO
|
RITA LOPES
|
064
|
VIAGEM PELA ARQUITECTURA DE UMA CIDADE DISFORME
|
CELESTE PEREIRA
|
063
|
VILA REAL E RÉGUA ABRIRAM-SE AO OLHAR DOS ARQUITECTOS
|
CELESTE PEREIRA
|
062
|
SIZA VIEIRA REGRESSA À CASA AVELINO DUARTE
|
SARA DIAS OLIVEIRA
|
061
|
SIZA VIEIRA REGRESSA À CASA AVELINO DUARTE
|
NATACHA PALMA
|
060
|
QUEM DISSE QUE UM PARQUE INDUSTRIAL TEM DE SER FEIO, MUITO SUJO E RUIDOSO?
|
ABEL COENTRÃO
|
059
|
VISITA À HABITAÇÃO PÓS-25 DE ABRIL NO PORTO
|
PAULA SIMÕES
|
058
|
REVOLUÇÃO NÃO CHEGOU A TODOS OS BAIRROS E ILHAS
|
VIRGÍNIA ALVES
|
057
|
O ALJUBE POR DENTRO
|
INÊS NADAIS
|
056
|
CASTELO RODRIGO NAS VISITAS GUIADAS DO ANO NACIONAL DA ARQUITECTURA
|
RITA LOPES
|
055
|
ORDEM DOS AROUITECTOS FAZ VISITAS GUIADAS
|
LUIS MIGUEL QUEIRÓS
|
054
|
ORDEM DOS AROUITECTOS PROMOVE VISITAS GUIADAS
|
LUÍS MIGUEL QUEIRÓS
|
047
|
O DIREITO DOS ARQUITECTOS E OS DIREITOS DOS OUTROS
|
SANTANA CASTILHO
|
045
|
DISCUSSÃO COMPLETA DA DELIBERAÇÃO DA PETIÇÃO
|
DEBATE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
|
043
|
PROJECTO DE DELIBERAÇÃO N.º 17/IX
|
COMISSÃO DE OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO
|
029
|
ESTÁGIO DA (DES)ORDEM
|
PAULO MONTEIRO, Licenciado em Arquitectura
|
026
|
BOA SEDE, MAU JUÍZO
|
PEDRO ABRANCHES VASCONCELOS
|
025
|
DESTRUIR A OA PARA CONSTRUIR A SUA SEDE
|
JOÃO CASTRO FERREIRA
|
024
|
PORTO COM PINTA
|
PEDRO SILVA
|
021
|
ORDEM NAS TUTELAS
|
JORGE PINHEIRO RODRIGUES
|
020
|
NÃO INVENTE E SEJA DO CONTINENTE
|
PEDRO BELO RAVARA
|
015
|
O PAPEL DA ORDEM NOS CONCURSOS PÚBLICOS
|
ABAIXO ASSINADO
|
014
|
RUA DO AMEAL, 942 | PORTO
|
PEDRO ABRANCHES VASCONCELOS
|
011
|
CONCURSOS COM A ORDEM? NÃO, OBRIGADO!
|
IVO OLIVEIRA, PEDRO CASTELO
|
010
|
VONTADE DE MUDANÇA
|
FRANCISCO SOUSA RIO
|
007
|
DA LOUCURA DOS ARQUITECTOS
|
JOÃO CASTRO FERREIRA
|
006
|
A VERDADEIRA RUÍNA DA ARQUITECTURA
|
PEDRO BRANDÃO, Europan Portugal
|
|
|